15 julho 2015

Resenha: O Diário de Anne Frank - Anne Frank

Boa noite, hoje vim com a resenha de mais um livro. Para escrever esta resenha resolvi fazer algumas pesquisas tendo em vista a importância do Diário de Anne Frank que é considerado um dos livros mais importantes do século XX, que hoje é mundialmente conhecido. Posso dizer que coloquei bastante a minha opinião sobre o livro, mas honestamente este post foi uma verdadeira pesquisa para colocar as datas históricas certas e falar um pouco do Museu. Por isso resolvi dividir as informações em "subcapítulos" e vou recorrer a diversas fontes para me ajudar principalmente com a parte histórica. No final do post colocarei todas as fontes que utilizei (incluindo as imagens).

Quero continuar a viver, mesmo depois de minha morte! E por isso agradeço a Deus esse dom, essa possibilidade de me desenvolver e escrever, de saber expressar tudo o que há em mim". - Anne Frank 
Imagem retirada do Google
Quem foi Anne Frank?
Anne Frank foi uma jovem judia vítima do nazismo, nasceu em 12 de junho de 1929 em Frankfurt, Alemanha. Seus pais eram Otto Frank e Edith Frank e sua irmã mais velha se chamava Margot. 

Em 1933 A família migrou para a Holanda com o intuito de fugir das leis de Hitler conta os judeus, no entanto em maio de 1940 a Holanda foi invadida pelos nazistas, onde se iniciou uma série de "regras" para os judeus como por exemplo, usar uma estrela amarela, não podiam andar de trem, entre outras proibições. Em 9 de julho a família Frank se mudou para um esconderijo que somavam-se 8 judeus, onde permaneceram até 4 de agosto de 1944 quando foram descobertos e levados pela Policia de Segurança Holandesa. 

Anne faleceu em 1945 em um campo de concentração na Alemanha, deixando um diário que mais tarde foi publicado pelo seu pai (único sobrevivente da família), que dedicou o resto de sua vida buscando passar as mensagens do diário de sua filha Anne Frank para o resto do mundo. O diário foi traduzido para diversas línguas e hoje é mundialmente conhecido e é considerado um dos livros mais importantes do século XX.

Como Surgiu o Diário?
Em seu aniversário de 13 anos (12 de junho de 1942), Anne ganhou um diário de presente e desde então começou a escrever em seu diário sobre o sua vida. Pouco tempo depois no dia 9 de julho daquele mesmo ano a família de Anne se muda para um esconderijo o motivo principal para a mudança foi uma notificação que Margot recebeu a obrigando realizar trabalho forçado. O esconderijo, descrito por Anne como "O Anexo Secreto" ficava no prédio do escritório de seu pai (Otto Frank), também recebeu outras pessoas além da família Frank como a família Van Daan, e mais tarde o dentista Sr. Dussel, somando-se 8 pessoas. 

O conteúdo do Diário de Anne Frank (RESENHA)
Anne coloca o diário como sua melhor amiga, sua maior confidente, e a chama de Kitty, então todos os escritos acompanham inicialmente por "Querida Kitty". Podemos dizer que no inicio quando possuía 13 anos, Anne narra sobre suas aventuras, se descreve como uma menina ativa, tegarela, e uma boa aluna, no entanto já menciona problemas em relação a sua mãe que se seguem em todo o seu diário. Anne descreve sua mãe como uma pessoa a quem não possui nada em comum. 

Imagem retirada do Google
Com a mudança para o anexo, Anne passa a escrever em seu diário com mais afinco sobre os conflitos em que ela, seus parentes e as pessoas com quem divide o anexo, passaram durante a guerra. Acima de tudo também colocou no papel como se sentia sendo uma adolescente escondida, suas angustias, sobrevivendo ingerindo comida armazenada, sempre dependendo da ajuda de amigos e pessoas que não foram corrompidas pelo nazismo, e ainda, escreve principalmente sobre sua esperança. Descreve diversas vezes sobre os bombardeios, o medo de o anexo secreto ser descoberto, os desentendimentos entre as pessoas, politica, humor dos moradores do anexo, romance, as regras do esconderijo, como por exemplo não fazer barulho ou usar água corrente das oito da manhã as oi da noite, o armazenamento de comida (racionamento), alimentação, a divisão de trabalho dos moradores do anexo, entre outros.

Vejo o mundo a ser lentamente transformado num deserto (...), sinto o sofrimento de milhões de pessoas. E contudo, quando ergo os olhos para o céu, tenho a sensação de que tudo vai mudar para melhor, de que esta crueldade acabará também, de que a paz e a tranquilidade regressarão novamente. 
- Anne Frank

No diário, fica claro o quanto cada noticia vinda de fora interferia no humor das pessoas do anexo, o quanto gostaria de sentir o calor do sol em seu rosto novamente, o vendo e observar as folhas das árvores. Sente que após ficar escondida passa a valorizar mais a natureza e que para se sentir bem basta sentir sua presença (natureza), coisa que a mesma descreve não valorizar antes de ir para o anexo. 

Imagem retirada do Google
Para o leitor a evolução de Anne fica nítida, onde seus sentimentos são passados com extrema riqueza por uma menina que está presa dentro de um prédio passado por dificuldades de dividir o espaço com outras pessoas as quais não podia simplesmente dar as costas, onde não possuía um tempo para si (um tempo sozinha) para organizar seus pensamentos. Anne descreve seu primeiro amor que cresce a partir e uma amizade e do sentimento em comum de solidão e incompreensão, acompanhado de seu primeiro beijo. 

Anne era uma adolescente comum, que chorava, ria, que possuía sonhos, rebeldia, e planos para sua visa após a guerra. No anexo se descobriu e se enxergou como uma mulher, guerreira e forte que possuía diversas "máscaras". O que interferiu na adolescência de Anne que deveria ser comum foi sua experiência durante a guerra e a sua inteligência que apurou muito durante o período em que ficou escondida por conta de seus estudos e interesses. A esperança de voltar para a escola era sempre mencionada com um ar de esperança e ansiedade. Anne não escrevia apenas em seu diário mas também algumas histórias.

Enquanto ainda há disto, pensei, um sol tão brilhante, um céu sem nuvens e tão azul, e enquanto me é dado ver e viver tamanha beleza, não devo estar triste. Para qualquer pessoa que se sinta só ou infeliz, ou que esteja preocupada, o melhor remédio é sair para o ar livre, ir para qualquer parte onde possa estar só com o céu e com a natureza, e com Deus. Então compreende que tudo é como deve ser e que Deus quer ver os homens felizes no meio da natureza, simples e bela. Enquanto assim for - e julgo que será sempre assim - sei que há uma consolação para todas as dores e em todas as circunstâncias. Creio que a natureza alivia os sofrimentos.
- Anne Frank

O que aconteceu com Anne Frank?
Imagem retirada do Google
Em 4 de agosto de 1944 o anexo secreto foi invadido por um sargento da SS e por mais pelo menos 3 membros holandeses da Polícia de Segurança, todos armados e uniformizados. Os 8 membros do anexo foram levadas para a prisão em Amsterdã, e mais tarde à Westerbork onde foram triados para outros campos de concentração de judeus. Anne foi transportada para Auschwitz juntamente com sua irmã, e depois foram levadas a Bergen-Bergen. Foi neste campo de concentração que Anne (com apenas 15 anos) e Margot morreram, ambas em decorrência de uma epidemia de tifo por conta das péssimas condições de higiene. O único sobrevivente do anexo, como dito anteriormente, foi seu pai Otto Frank que publicou o diário da filha em 1947 com o nome de "O Diário de Anne Frank". Atualmente o local que serviu de esconderijo para as oito pessoas é um museu. 

Museu Anne Frank e o Anexo Secreto
Como dito anteriormente o Anexo Secreto hoje é um museu que foi fundado dia 3 de maio de 1957. Otto Frank (pai de Anne) e outros colaboradores criaram o "Instituto Anne Frank" com o intuito de salvar o prédio da demolição. Otto considera o projeto como uma forma de fortalecimento do contato de jovens de culturas, religiões e raças diferentes.


 Em seu diário Anne explica que o esconderijo se localiza no prédio do escritório do seu pai, onde no térreo se encontrava um grande armazém que era usado como sala de trabalho e depósito. Ela segue descrevendo as entradas do prédio e os escritórios. Sobre o Anexo menciona que se encontra no terceiro andar atrás de uma porta cinza que ficava escondida atrás de uma estande que estava sempre fechada, atrás da estante e da porta se encontrava uma escada íngreme. Os trabalhadores do escritório sabiam do esconderijo e ajudavam as pessoas dando comida, presentes, noticias sobre o mundo, entre outras coisas. Todas as pessoas que ajudam as pessoas do esconderijo são mencionadas no Diário de Anne Frank com muito carinho e gratidão pelo que fazem por eles. 


Imagem de Bibliotecas Pelo Mundo
A esquerda  se encontra a sala de estar e quarto da família Frank e ao lado um quarto menor que servia de sala de estudos para Anne e Margot. Á direita da escada fica um banheiro sem janelas com uma pia, e a porta ao lado ao quarto de Anne e Margot (este quarto acaba sendo dividido por Anne e Dr. Dussel)quando o mesmo se junta ao anexo)

Imagem retirada do Google
A porta do alto da escada da para um ambiente grande e claro onde tem um fogão e uma pia, este ambiente era a cozinha e o quarto da família Van Daan e uma sala de estar, jantar e de estudos de uso de todas as pessoas escondidas. 

Quando li o diário fiquei bem confusa quanto a descrição dos cômodos e para a descrição dos mesmo aqui no blog utilizei o diário então talvez eu não tenha conseguido passar como ele realmente é, por isso pesquisei algumas imagens na internet para tentar ajudar na visualização do prédio, no livro possui algumas imagens mas são da parte externas, acho que poderiam ter acrescentado algo parecido para facilitar a construção mental do local na mente do leitor.  Se vocês puderem ampliar a imagem tem legendas sobre quem ficava em cada quarto.

Por hoje é só, e obrigada a você que se está lendo isso é porque me acompanhou durante este longo post, não é mesmo? Gostaria de finalizar dizendo que realmente recomendo muito este livro, vale muito a pena ler! Mas sinto que devo avisar que se o seu interesse é saber de questões políticas e de detalhes mais relacionados a segunda guerra mundial propriamente dita, talvez este diário não seja a melhor escolha para começar. Anne descreve a guerra, mas acima de tudo descreve sua vida no Anexo Secreto, não fala de detalhes de Hitler ou dos acontecimentos externos propriamente dito os comentários que ela faz disso são breves e resumidos. Quem se interessar mais pela história não deixem de conferir o livro e os links citados abaixo, todos me ajudaram muito com o post. 

Para ser franca, não consigo imaginar como alguém poderia dizer "Eu sou fraco" e continuar assim. Se você sabe isso a seu respeito, porque não luta contra, porque não desenvolve o caráter?
- Anne Frank


Fontes:
FRANK, Anne. O Diário de Anne Frank. 1929-1945. Tradução: Alves Calado. 45º edição. Rio de Janeiro: Record, 2014
http://www.annefrank.ch/
https://bibliotecaspelomundo.wordpress.com/tag/anne-frank/
http://www.e-biografias.net/anne_frank/
http://pt.slideshare.net/guileone1/o-dirio-de-anne-frank-39327152
http://www.remenor.com.br/?p=115

4 comentários:

  1. Eu amo a história dela e já li o livro, confesso que chorei muito com ele. Ela era um doce de menina, aquela época era muito sofrida e injusta. Apesar dela ter 13 anos, me mostrou ser bem madura no livro, ela demonstrava otimismo e sonhava em poder ser livre.
    Aprendi muito com a história dela, aprendi a dar valor a tudo que tenho, por mais simples que for. <3
    Beijos. ♥

    Diário da Lady

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    1. Oi Leidiana tudo bem?
      Também adorei a história dela, uma menina de 13 anos demonstrou extrema maturidade para um contexto tão complexo e envolto de tanto sofrimento que foi a segunda guerra mundial.
      O que mais me chamou a atenção no livro foi a valorização que ela dava para a natureza, o céu azul, os raios de sol, flores, enfim, coisas que nos deparamos durante nosso dia-a-dia e muitas vezes nos esquecemos de admirar.
      Muito obrigada pelo comentário, forte abraço.

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  2. Que post delicioso! Sério, é aquele tipo de post que dá vontade de ficar relendo e relendo várias vezes em várias ocasiões. Anne Frank, para mim, foi um exemplo de inspiração e luta mesmo tendo tão pouca idade. Uma pré-adolescente, posso dizer assim, que teve a vida e a alegria de viver arrancada de si durante um bom tempo. Aos poucos e da forma mais dolorosa que se pode ter. Primeiro com quem ela amava e juntamente com ela própria. O que mais admiro é que apesar de tudo, de todo sofrimento, dor e solidão, ela manteve quase até o fim, a esperança e sua paixão de forma ardente e com um olhar de um futuro em breve possível.

    Já li o livro e foi uma leitura pesada na época. Lembro que fiquei muito tocado, quero até reler. Um dia desses assisti três filmes e um documentário sobre a Anne Frank e só posso dizer que me fez admirar cada vez mais esta jovem guerreira que deixou seu legado até hoje para todos nós. Um legado de aprendizado pessoal e audácia nas palavras. Tanto como escritora, como pessoa. Obrigado pelo post tão maravilhoso, amei de verdade. <3

    Ewerton Lenildo - Viajante das Letras.
    viajantedasletras.blogspot.com

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    1. Que comentário delicioso! É o tipo de comentário que trás aquela vontade de continuar escrevendo e escrevendo, aprimorando cada vez mais esse lado que considero uma dificuldade para mim hahaha.
      Eu acho que eu tenho uma quedinha para leituras que se tratam de dramas, não pelo sofrimento e drama em si, mas sim pelas coisas que essas pessoas nos ensinam. Confesso que fiquei muito tocada em vários momentos do livro, quando havia escassez de comida, as roupas passaram a não servir mais, e até no momento em que eles foram para o Anexo secreto. Acredito que este é um dos livros que é importante estar entre os clássicos, para não deixar que algo assim aconteça novamente.
      Muito obrigada por mais um comentário simplesmente espetacular!
      Tudo de bom, forte abraço.

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